Ali parada,
o vento batendo.
Cabelo meio emaranhado, no rosto
o cansaço de ser,
de tentar.
No chão uma linha,
um novo horizonte,
um caminho aberto, um mar de
possibilidades.
O primeiro passo, com os pés
recém cicatrizados,
o medo da dor a faz ficar ali
parada, um pé na terra,
no mesmo lugar,
o outro no ar.
A não vontade de voltar atrás,
a não coragem de ir adinte.
Não percebe ainda que as feridas
de seus pés já estão cicatrizadas.
Sim, há pouco, mas hoje são só marcas
não mais feridas.
Quem
não tem marcas?
Quem não tem passado?
As experiências mais intensas,
sejam os sorrisos, ou sejam as
lágrimas,
deixam marcas.
Só que chega uma hora em que é
preciso caminhar,
é preciso ir adiante.
Não é recomendável,
é necessário.
É preciso recobrar a confiança,
é preciso depois de cicatrizar a
ferida tentar de novo,
mesmo que isso signifique se
machucar de novo,
e de novo,
e de novo,
até que não.
Paraíso.
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