quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Tudo bem




                Tudo bem, você era só um menino que não entendia que por olho no olho acredita-se haver verdade nas palavras ditas ao mesmo tempo.
                Tudo bem, eu entendo, ou tento entender que antes de me enganar com sentimentos meio ditos, meio demonstrados, meio sentidos, você estava tentando enganar a você mesmo. Uma pena, eu tenho pena.
                Tudo bem, esperei coragem mas recebi covardia quando acreditei que o que existia era sinceridade e não vi que existia muito mais. Muito mais que o coração sentiu mas a cabeça me enganou.
                Tudo bem, se na próxima página desse caderno está a sua letra, os seus números e por causa disso eu sinto vontade de jogar todo ele no lixo.
                Tudo bem, porque eu já aprendi antes disso que decepções passam, o tempo passa, e com ele vai também você e daí fica sempre tudo bem.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

E de novo...


           Ali parada,
o vento batendo.
Cabelo meio emaranhado, no rosto o cansaço de ser,
de tentar.

No chão uma linha,
um novo horizonte,
um caminho aberto, um mar de possibilidades.

O primeiro passo, com os pés recém cicatrizados,
o medo da dor a faz ficar ali parada, um pé na terra,
no mesmo lugar,
o outro no ar.

A não vontade de voltar atrás,
a não coragem de ir adinte.
Não percebe ainda que as feridas de seus pés já estão cicatrizadas.
Sim, há pouco, mas hoje são só marcas
não mais feridas.
            
           Quem não tem marcas?
Quem não tem passado?
As experiências mais intensas,
sejam os sorrisos, ou sejam as lágrimas,
deixam marcas.

Só que chega uma hora em que é preciso caminhar,
é preciso ir adiante.
Não é recomendável,
é necessário.

É preciso recobrar a confiança,
é preciso depois de cicatrizar a ferida tentar de novo,
mesmo que isso signifique se machucar de novo,
e de novo,
e de novo,
até que não.
Paraíso.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Um olhar de cada vez


               Viver um dia de cada vez as vezes não é suficiente. As vezes é preciso viver um momento de cada vez, um olhar de cada vez.
                A ansiedade de saber qual vai ser o final do caminho que tira a graça das cores, das formas que se revelam pela caminhada. A pressão de alcançar resultados que nos tira o prazer de viver o processo. A incapacidade de aceitar não estar ainda acabada, inteira, que tira a necessidade do outro para nos transformar, do Outro para nos completar.
                Já tive muito medo. Medo do futuro, medo do amor novo, medo de amar de novo, medo de quem eu era, medo de nunca mudar. Já escrevi sobre meus medos, já chorei por eles, já me cansei de falar deles. Hoje não mais.
                Hoje cada dia é um novo, é um único dia. Hoje não quero nem mais sequer viver um dia de cada vez, quero viver um momento de cada vez. Que cada sorriso seja único enquanto ocorre, que em cada olhar eu encontre a paz pra viver aquele olhar, que cada passo seja mais marcante enquanto acontece do que a pegada que deixa. Que eu seja mais eu a cada segundo, e que no conjunto desses segundos se forme a vida aproveita no tempo que a forma, o presente.

sábado, 24 de março de 2012

Vida


É um pouco de esperar
É um pouco de entregar
É um pouco de agir
É um pouco de mim
É um tanto de Você.

Tem um cado de chorar
Tem algo que parece com o sorrir
Tem um tanto de se alegrar
Tem um muito de confiar.

Cabe uma parte de gratidão
Cabe uma parte de entender
Cabe uma parte de não saber
Cabe um todo de paz,
estar em paz.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Querer


                Aquele desejo inexplicável de viver algo interminável. Tem dias que meu coração bate asssim, e que cada suspirar é quase que de saudade do que ainda está por vir.
                Sabe quando você tenta explicar para alguém o que se passa por dentro, mas palavra nenhuma parece conseguir descrever? E quando lágrimas surguem nos olhos ao pensar no tipo de vida que você quer viver? A cabeça corre em mil pensamentos, e de mil cores misturadas fica tudo preto e  confuso.
                Eu sou assim, para alguns amigos eu sou sempre uma crise, ou cada gota d’água uma tempestade, para minha família por muitas vezes eu sou complicada de entender, prefiro a vida de um jeito mais difícil sempre, pelo que parece.
                Mas o que me sustenta é essa ideia utópica do amor, de viver amor. De crises em crises, com lágrimas nos olhos escrevo essa minha história, que espero realmente que um dia de preta se desenvolva em cores.
                Quero o muito que na verdade é pouco. Quero entender e me lembrar todos os dias daquele amor que é muito maior do que eu, e por esse amor amar também. Esperar e confiar a cada dia naquele que muito me amou. Que muito tem me amado. Quero algo que é maior do que todo esse querer. Quero por quem eu sou, mas principalmente por quem Ele é.