domingo, 5 de junho de 2011

Meus medos




     Um dia desses acordei e decidi que não ia mais sentir medo. Pronto, simples assim. Bati o pé no chão e como criança falei: “Eu não vou mais sentir medo!”. Se você me conhece e está lendo esse texto, provavelmente está agora balançando a cabeça com um ar de “eu dúvido”. Até eu mesma duvidei de início. Mas não se engane, eu continuo tendo medo das alturas baixas, medo de ter que apagar a última luz acesa na sala, medo de colocar um piercing, medo de cachorro vira-lata, e medo de aterrisar no Santos Dumont. Essas coisas não mudaram.

     Eu nunca me vi como alguém que combinasse com o medo. Tudo bem que na maioria das vezes eu sou muito mais inconsequente do que corajosa, e tentando deixar de ser insonsequente eu passei a ser medrosa. Hoje digo sinceramente que prefiro a inconsequência dos meus atos do que o medo de sequer cometê-los. Mas antes que você balance a sua cabeça novamente em sinal de reprovação pelas minhas últimas palavras entenda, a impulsividade e a intensidade do meu agir hoje não mais me enganam em relsção as consequências de meus atos. Hoje eu simplesmente estou mais aberta a viver as consequências do que a deixar de viver.

     Daí então surgiu minha resolução de não mais sentir medo. Sei que para me proteger eu não deveria me entregar as vezes assim tão facilmente. Sei que para evitar certas dores seria mais fácil não tentar do que tentar e não conseguir. Mas existe sempre a possibilidade de que ao me entregar exista alguém que vá me receber, e de que ao tentar eu vá conseguir. Por isso vivo pelas possibilidades do que pode ser, e não mais pelo medo de não acontecer.

3 comentários:

  1. Acho que talvez parar para pensar, me dê medo de agir em algumas situações. O que me leva a simplesmente parar e viver com o medo de tentar, do que agir e talvez me machucar. Troco assim a dor de um medo, pela dor que talvez eu tenha em uma atitude. Mas, como você, também quero mudar. Eu também estou mais aberta a viver as consequências do que a deixar de viver. Mas será que isso seria insanidade de nossa parte? Eu sei que achar que isso possa ser insanidade tem a ver com a minha falta de esperança que alguma coisa possa dar certo.

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  2. Eu acredito que seria insanidade se fosse sempre um se entregar da mesma forma à um mesmo alguém esperando não se machucar, ou quando você tenta do mesmo jeito o mesmo caminho, mas quando se trata de pessoas novas e novas oportunidades, daí a gente só sabera o resultado se tentarmos. Temos que aprender com o que vivemos e não sermos imobilizados por nossa história.

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  3. Tb me identifico com suas palavras...

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