Ser, estar, caminhar. Pra onde vou, aonde vou chegar? Perguntas que todos os dias dormem comigo, acordam comigo. Tenho uma vaga noção de onde estou, iluminada pelas Suas palavras, que só escuto quando me coloco no lugar de ouvinte.
Imagino que devem existir dias em que Você, como sempre, está ao meu lado e ali grita, grita, até que eu perceba e tire os fones da rotina dos meus ouvidos e escute a Sua voz que acalma a confusão. Anseio por dias em que Você falará calmamente, suavemente através de um brisa e eu Te sentirei, então já saberei como ser, aonde estou, e por onde caminharei.
Ontem acordei, e o dia era diferente, parecia que Você não estava ali, nem gritando, nem sussurrando. Fui eu que ocupei esse lugar então, gritei e chorei, no final cansada sussurei que não entendia o que estava acontecendo, se eu sempre soube que Você estaria presente porque me permitia não te ver, não te sentir, não simplesmente confiar que Você estava ali? Fiquei no silêncio.
Não tem como sentir falta do que nunca se teve, não tem como sentir dor sem estar vivo. As minhas lágrimas me lembraram do quanto avancei, se fosse antes a falta de percepção da Sua presença não me incomodaria, mas hoje, minha vida perde sentido nos segundos em que por algum motivo fecho os olhos para Você.
O que me fez ontem estar nesse lugar de breve desespero eu não sei, só sei que estar ali me permitiu valorizar muito mais a caminhada, os lugares que alcancei, as transformações que eu passei, consigo visualizar muito melhor os lugares que vou alcançar, as transformações que preciso passar.
Hoje foi tudo diferente, acordei, e numa brisa eu Te senti, e então eu sabia quem eu era, aonde estava e por onde caminharia.
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