sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Let it go!




Let it go! Eu disse a mim mesma várias vezes. Let it go! E parecia não surgir nenhum efeito, até que eu percebi que o meu falar não correspondia com o meu agir. Até que eu deixei ir. Foi necessário o fogo, foram necessárias as chamas para acabar com as evidências materiais de algo que agora só a minha memória irá permitir existir.


As folhas, cartas, fotos molhadas rapidamente se perderam no meio das cores alaranjadas que surgiram. Quem me dera ao invés do álcool ali estivesse a água, o fogo lutaria com as lembranças para existir e quem sabe nesse meio tempo eu teria a oportunidade de ao menos derramar uma lágrima. Mas nada, com o rosto seco senti o calor de uma história acabando, e com o rosto seco recolhi as cinzas daquilo que um dia já foi.

O que nos unia hoje está no fundo de uma lixeira qualquer, o que éramos fica interpretado na mente de cada um, da maneira que quisermos interpretar, da maneira que quisermos lembrar. Vivi o meu luto quando percebi que o meu você havia morrido, me irritei e te xinguei, neguei e te ignorei, negociei e me humilhei, sofri e chorei, mas finalmente aceitei.

Se soubesse que tanta liberdade se encontrava após a aceitação tinha pulado etapas e estaria aonde estou hoje, eu tinha te deixado ir de mim antes, pois hoje sei que quando te deixei ir me permiti ser.

Um comentário:

  1. Só a partir de uma decisão nossa que o passado é apagado!

    Amiga, vc está escrevendo mtoooo bem....tbm estou doida pra fazer um blog, assim a gente externaliza tudo em palavras.

    Te amo

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